segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Tarde Agostina

Há alguns meses comecei a investir na minha escrita, pensei comigo: porque não escrever histórias, mesmo que simples, mas com um tom verdadeiro de emoção e responsabilidade? Foi pensando nisso que aqui estou tornando público o conto Tarde Agostina, escrito por mim, durante oito meses rabiscando e apagando. Ele é um dos três que já escrevi, entretanto, os outros dois ainda estão em processo de revisão e este, acho que já pode está pronto, porém, nos próximos dias irei também revisa-lo outras quinhentas vezes. Te convido a ler esta historia, ela é bonita e tocante ao meu ver.
 
 
Tarde Agostina

 
Jonathan Matheus Rodrigues Pinheiro
 
Esta é a história de um homem que tinha uma fé inabalável em Jesus Cristo, para ele tudo era motivo de agradecer. Homem bom, justo, trabalhador, educado e fervoroso na fé. Tinha um sonho, no entanto, difícil de se concretizar.
 
 
Ele muito fiel, rezava todas as tardes na mesma Igreja. As pessoas da cidade já até conheciam os seus passos, sabiam exatamente o momento em que ele saia de casa, passava na esquina e ia até Matriz de São Sebastião para rezar. Não houve um só dia de calor, tempestade, chuva, frio ou vento forte que o impedisse de ir orar.
 
 
Foram tantas tardes de oração que todos o admiravam e almejavam ser como ele. Lágrimas corriam de seus olhos implorando por um milagre que há tempos queria alcançar, mas que infelizmente era quase inatingível, só mesmo Deus poderia lhe fazer alcançar aquela tão desejada prece e por fim ao verdadeiro martírio.
 
 
João da Igreja alguns o chamavam pelas ruas da cidade. E ele tímido como sempre, só ouvia o comentário das pessoas, com um olhar sempre longe, perdido e com um leve sorriso estampado no rosto nem se importava. Executava sua penitência como quem busca o impossível. E o tempo parou.
 
 
Em uma tarde de agosto, o fiel discípulo não aparecera. De repente começou na cidade uma série de perguntas, os moradores se questionavam: Cadê João? Por que ele não veio hoje? Já aproximava-se a noite e ele nada de ir. Até que Dias, um dos fieis admiradores juntou um grupo de cinco homens e dirigiu-se até a casa de João da Igreja. O que de tão grave o impediu de ir a sagrada e fiel visita? O que teria feito João nessa tarde agostina?
 
 
E ao chegar na esquina que dava acesso para sua casa, avistaram uma imensa multidão e, logo se assustaram, quando se aproximaram um pouco mais, viram João da igreja caído no chão ao lado de uma moto e um rapaz todo ensanguentado. E o pior estava por vim, João estava abraçado a uma linda criança com um terço na mão, logo este que nunca o abandonou e sempre levava consigo para fazer suas orações.
 
Naquele momento o grupo de curiosos começou a chorar como quem perdeu um irmão. Aliás, era assim como eles tratavam João, um irmão, distante no sangue, porém, perto na fé. ali foi o fim de João da Igreja, homem fiel e fervoroso na fé, que mesmo em meios as dificuldades nunca desistiu de pedir e agradecer a Deus todas as tardes.

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