Num dia de sol

Num belo dia de sol, um viageiro chega a certa cidade e pergunta a um velhinho que está sentado no banco da Praça da rodoviária:

- Meu senhor, bom dia! Tudo bem? O senhor pode-me dizer como são as pessoas desse vilarejo? Estou de mudança de minha Terra e estou procurando outra pra viver.

O idoso, tranquilamente pergunta:

- Meu rapaz... Como são as pessoas de sua cidade?

O viajante responde:

- São horríveis! São grosseiras, fofoqueiras, se metem na vida de todo mundo, falam mal de todos, são detestáveis! Vim embora por causa disso, detesto gente assim.

O velhinho olhando em seus olhos responde:

- Ô moço, eu não vou mentir pra você não, mas aqui você vai encontrar esse mesmo tipo de gente.

O viajante já assustado diz:

- Meu senhor muito obrigado, mas acho que vou à procura de outra cidade. Tchau!

Passados uma hora, chega outro viajante que grosseiramente pergunta ao idoso:

- Ô velhinho, as pessoas daqui são iguais a você? 

O idoso pergunta:

- Iguais a mim? Como assim? 

O viajor responde: 

- Folgados, mal encarados e preguiçosos. 

O velhinho bem humorado responde: 

- Moço... aqui você encontra gente de todo jeito, inclusive semelhante a mim. Você tem algo contra isso? Se tiver pode seguir sua viajem em paz. 

O viageiro arrogante, nada responde e vai embora. 

Nisso chega outro ônibus na rodoviária e desce outro viajante, desta vez uma mulher. Ela que também se dirige ao velhinho:

- Muito bom dia, amigo! Tudo bem com o senhor? Pode-me dizer como é o povo desse município? Penso em me mudar em breve para cá, mas antes quero saber um pouco dessa gente.

O velhinho, novamente, pergunta:

- Moça... Como é o pessoal de sua cidade?

A mulher responde:

- Foi uma pena eu sair de minha cidade, pois as pessoas de lá eram muito boas, companheiras, carinhosas, agradáveis, gentis e amigas. Tinham problemas, aliás, muitos, mas quem não os tem, não é mesmo?

O senhor calmamente diz:

- Ah, moça... Então seja bem vinda a Xapuri, aqui você vai encontrar esse mesmo tipo de pessoas. 

Por: Jonathan Matheus Rodrigues Pinheiro

02 de setembro de 2014.